COMO VIVER MELHOR

domingo, 27 de novembro de 2016

7 mitos e verdades sobre datas de validade de remédios e cosméticos

Especialistas explicam lógica por trás de prazos e o que devemos fazer para não prejudicar nossa saúde.

Organizações de saúde pedem que medicamentos envelhecidos não sejam consumidos  (Foto: Thais Kaniak/ G1)Organizações de saúde pedem que medicamentos envelhecidos não sejam consumidos  (Foto: Thais Kaniak/ G1)
Organizações de saúde pedem que medicamentos envelhecidos não sejam consumidos (Foto: Thais Kaniak/ G1)
Jogar fora medicamentos e cosméticos com prazo de validade vencido, especialmente os mais caros, nunca é uma tarefa fácil.
Mas quais são os mitos e verdades sobre o assunto? Confira.
1) O prazo de validade é uma estratégia comercial de laboratórios para que compremos mais
A legislação de todos os países exigem que remédios comercializados tenham prazo de validade. O cálculo é feito após estudos científicos exaustivos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o procedimento existe desde 1979.
"Há alguns anos, a Organização Mundial da Saúde decidiu que os prazos de validade não deveriam superar cinco anos", explica à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC) José Ramón Azanza, diretor de farmacologia da Clínica Universidad de Navarra, na Espanha.
Segundo ele, o mais comum é a data de vencimento de dois anos.
A médica Inmaculada Posadas, professora de Farmacologia da universidade espanhola de Castilla-La Mancha (España), afirma que a lei se aplica mesmo se o laboratório produzir fórmulas que resistam mais tempo.
"Podem existir medicamentos que continuem funcionando após a data de validade, mas a legislação os impede de dizer isso", afirma.
2) Se tomo um remédio vencido, posso passar mal
O que acontece a um remédio vencido?
"Normalmente nada", diz Azanza. "Se alguém toma um remédio depois do vencimento, nada vai acontecer. São raríssimos os remédios que podem produzir efeitos tóxicos em pacientes após a data de validade expirar".
Mas tampouco o remédio poderá surtir efeito ─ é uma questão muito mais de eficácia de que tolerância.
Azanza alerta, contudo, que nunca se pode ter certeza absoluta de que medicamentos vencidos sejam inofensivos.
A razão é simples: os organismo nacionais e internacionais que regulamentam a produção e comercialização de remédios não realizam estudos sobre os efeitos pós-vencimento, mas em sua eficácia durante sua vida útil.
"Na farmacologia, a incerteza não é aceita porque afeta a segurança das pessoas", diz Azanza.
Outra razão para respeitar a data de validade é no caso de medicamentos de uso sistemático, em especial os que mantém a qualidade de vida de um paciente.
"Se nesses casos não respeitarmos a data de validade, o efeito negativo sobre o paciente pode ser muito grave. Por isso, é melhor termos uma data-limite e estarmos seguros de que o medicamento será eficaz no tratamento de condições mais graves", adverte Inmaculada.
No artigo "Não caia na tentação de usar medicamentos vencidos", o FDA, a agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos, indica que "certos medicamentos vencidos correm o risco de estimular a produção de bactérias e antibióticos com potência reduzida podem não atacar as infecções, desencadeando doenças mais graves e aumentando a resistência ao remédio".
3) Aspirinas vencidas não representan risco algum
Um dia não é a mesma coisa que seis meses.
Mas de acordo com Inmaculada, a aspirina não deve ser utilizada muito tempo depois da data de validade porque a degradação do princípio ativo da aspirina, o ácido acetilsalicílico, forma outra susbtância, o salicilato, que é abrasivo e não deve ser consumido por via oral.
"Não há problema em consumir uma aspirina poucos dias depois da validade, mas em seis meses a quantidade de salicilato contida no comprimido é suficientemente alta para ser tóxica", explica ela.
4) Um medicamento pode perder sua eficácia antes da data de validade
"Remédios contêm substâncias químicas que estáveis e instáveis, dependendo de sua composição, e do meio em que se encontram", diz Azanza.
Fatores como umidade, temperatura e a incidência de luz solar podem reagir com essas substâncias e modificar suas estruturas químicas.
Os laboratórios garantem que um medicamento funcionará durante um determinado período de tempo, mas com um importante alerta: que seja armazenado nas devidas condições.
"Se o medicamento está em um entorno com mais umidade e calor que os testados em laboratório, por exemplo, ou que tenha sido exposto à luz, nada pode assegurar que a data de validade estará valendo", diz o farmacologista.
É importante, então, ler cuidadosamente a bula para saber como se devem guardar os medicamentos.
5) Vitaminas não precisam dos mesmos cuidados
Precisam, sim. O princípio é o mesmo.
"Quando o laboratório vende um composto vitamínico, ele assegura que as vitaminas funcionarão como esperado: desde o primeiro dia ao último", assinala Inmaculada.
Depois do prazo, pode haver alterações na fórmula e perda de efeito.
6) Um creme que não seja aberto funcionará depois da data de validade
"Um creme faz parte da legislação sobre produtos sanitários e tem uma data de vencimento que nos diz que, até aquele momento, terá suas propriedades adequadas", enfatiza Inmaculada.
"Mesmo que não seja aberto, o creme tem ingredientes que também contam com um prazo de validade médio", explica a médica.
E como explicar a situação na qual, depois de muito tempo sem ser usado, um tubo de creme expele uma espécie de óleo amarelado quando o abrimos?
"É um sinal de que o creme ficou tanto tempo sem ser usado que sua base ficou de um lado e o medicamento de outro. Pode ser usado? Talvez não vá causar danos, mas sua eficácia poderá não ser a mesma", diz Azanza.
7) Colírios devem ser jogados fora mesmo ainda na data de validade
Muitos colírios não contém conservantes para evitar problemas de irritação ocular, explica Azanza.
Isso significa que, quando seus frascos são abertos, devem ser usados conforme orientação médica e jogados fora depois do tratamento, ainda que estejam dentro do prazo de validade.
De acordo com Azanza, o mesmo colírio não serve para o mesmo paciente, inclusive nos casos em que o problema original volte a se manifestar, pois a solução pode estar contaminda com bactérias e mesmo fungos por causa do contato com o ar.
Organizações de saúde recomendam que medicamentos vencidos sejam levados a locais autorizados para serem destruídos.
E que embora tomar um analgésico expirado em uma emergência não seja um grande problema, isso nunca deve se tornar uma prática sistemática.
Além disso, os armários de remédios têm que ser limpos e renovados com regularidade.

sábado, 26 de novembro de 2016

Saiba como montar uma composição de quadros em qualquer ambiente



Ana Carolina Diniz
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Esqueça aquele quadro solitário acima do sofá. Estes objetos agora não são usados sozinhos, mas acompanhados de outros, numa montagem. Junte o material que você tem em casa e faça uma bela decoração.
Para essa composição, Priscilla Silva Costa, gerente de produto da empresa Moldura Minuto, o recomendado é escolher a parede que estiver mais livre, com mais espaço. Os quadros podem ser pendurados na escada, corredor e em cima do sofá.
— Eles não precisam ter padrão por temas. É possível misturar fotografias e serigrafias. Já as cores precisam se relacionar bem entre si e com o ambiente — defende ela.
Graziela Oliveira, uma das sócias da Bora Decora, diz que a quantidade a ser colocada vai depender do tamanho da parede.
— O importante é não ocupar espaço em excesso ou distribuir quadros muito grandes próximos um do outro, para não desarmonizar o ambiente ou torná-lo confuso e carregado — afirma.

Composição de quadros na parede
Composição de quadros na parede Foto: Divulgação

E engana-se quem pensa que o uso está restrito a salas e quartos: banheiros e cozinha também são cômodos que podem receber uma decoração com quadros.
— Podem ser temáticos (banheiros com imagens de bolsas e sapatos, bem como cozinhas com imagens de frutas e taças) ou não, em quadros mais neutros como os abstratos — diz Priscilla.


Leia mais: http://extra.globo.com/mulher/decoracao-e-jardim/saiba-como-montar-uma-composicao-de-quadros-em-qualquer-ambiente-20542668.html#ixzz4RALofA9o

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Não se engane: o açúcar pode ter 20 “nomes” diferentes


De frutose à sacarose, o ingrediente pode aparecer com diferentes denominações nas listas dos componentes dos produtos

Com o objetivo de alertar os consumidores sobre os perigos do excesso de açúcar, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) lançou um material informativo intitulado como “Especial Açúcar que você não vê”. Uma das formas mais comuns de se orientar sobre a presença do açúcar nos produtos é verificar a lista de ingredientes que compõem o alimento.
O Idec orienta prestar a atenção nas denominações presentes nos rótulos. O açúcar pode ser mencionado de diferentes formas. Conheça os nomes utilizados:
– glucose de milho
– lactose
– xarope de malte
– glicose
– frutose
– néctares
– açúcar cristal
– sacarose
– açúcar invertido
– açúcar de confeiteiro
– açúcar mascavo
– açúcar bruto
– mel
– açúcar branco/refinado
– melaço/melado
– caldo de cana
– dextrose
– maltose e xarope de milho
– xarope de malte
– maltodextrina
Surpreendido? Agora, o mais importante é ter o conhecimento sobre as diferentes denominações do açúcar e precaver o consumo exagerado. Outro alerta importante do Idec é relacionado à tabela nutricional. No Brasil ainda não é obrigatória a informação referente ao açúcar, que é incluso na tabela como carboidrato.
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Crianças que comem 70% da quantidade recomendada de açúcar nos lanches
Seja lactose, dextrose, mascavo ou invertido, pessoas que consomem açúcar em excesso tendem a desenvolver as chamadas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Estas enfermidades constituem um dos maiores problemas de saúde pública nos dias de hoje e elevam o número de mortes prematuras ou perda de qualidade de vida. Veja como o açúcar é retido pelo organismo e as consequências:
Fígado – Armazena glicose, e o excesso retido é transformado em gordura. A reserva de gordura causa ganho de peso.
Pâncreas – libera insulina, que auxilia a entrada de glicose nas células. Insulina em excesso favorece o ganho de peso.
Dentes – Bactérias se alimentam de açúcar e produzem ácido que destrói os dentes, provocando cáries.
Cérebro – Na presença do açúcar, deflagra sinais nervosos e libera serotonina, considerada um “boom” de prazer e que causa dependência.
Uma dica importante é reduzir aos poucos a quantidade de açúcar na alimentação para que o paladar se adapte a esta redução. No entanto, é preciso tomar cuidado com os adoçantes. A nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto, afirma que não há evidência que essa substituição traga vantagens para a saúde e, assim, o paladar continua habituado ao sabor adocicado. “Isso estimula as pessoas, principalmente as crianças, a preferir alimentos com sabor mais doce”, diz a nutricionista.
O Especial do Idec traz ainda orientações práticas com base nos direitos dos consumidores à informação clara e correta. “Esperamos sensibilizar a todos sobre o tema, destacando orientações que empodere a sociedade a realizar escolhas alimentares mais saudáveis”, finaliza a Bortoletto.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Ejaculação Precoce – Conheça suas principais causas e tratamentos


O QUE É EJACULAÇÃO PRECOCE? ELA PODE SER TRATADA COM SPRAY SUBLINGUAL?

A Ejaculação Precoce é uma das formas mais comuns de disfunções sexuais entre homens de diferentes idades. Como subentendido pelo nome, este tipo de ejaculação
ocorre precocemente, logo após a penetração, sendo necessário pouca estimulação sexual para atingir o clímax. Alguns casos mais graves ocorre até mesmo antes da penetração.
Felizmente existe tratamento de controle do músculo ejaculatório e com Spray Sublingual.
O problema, invariavelmente, resulta em angústia e embaraço para os homens, e é sempre acompanhado pela insatisfação em ambos os parceiros.
Qual a causa para este problema que afeta o desempenho sexual dos homens?

O QUE CAUSA A EJACULAÇÃO PRECOCE?

Embora não haja uma causa exata para a ejaculação precoce, este tipo de disfunção sexual pode ser resultado da complexa interação de fatores tanto biológicos quanto psicológicos. Disfunção erétil, ansiedade, problemas no relacionamento e até mesmo problemas hormonais podem ser responsabilizados. Na maioria dos casos, porém, o problema tem origem emocional ou psicológica.
É comum homens se sentirem desconfortáveis para falar sobre este problema. No entanto, os avanços na medicina permitiram o desenvolvimento de eficientes remédios para a ejaculação precoce, bem como outros tratamentos para a disfunção.
Embora seja um problema bastante comum, a ejaculação precoce tem cura e pode ser tratada.

EJACULAÇÃO PRECOCE – COMO TRATAR COM SPRAY?

O tratamento para ejaculação precoce abrange acompanhamento médico e o uso de soluções medicamentosas. Grande parte das soluções oferecidas envolvem terapias com psicólogos e o uso de comprimidos.
No entanto, um eficiente tratamento para a ejaculação precoce é a utilização do spray sublingual, que oferece diversas vantagens sobre outros medicamentos. Como este produto age no organismo do paciente e qual sua vantagem sobre os comprimidos?
  • spray sublingual libera partículas que são absorvidas diretamente pela corrente sanguínea, de imediato;
  • Possibilita a redução dos efeitos colaterais, poupando os pacientes de dores de estômago, dor de cabeça, palpitações e outros;
  • Oferece resultados mais eficazes, potencializando a circulação sanguínea no pênis, uma vez que relaxa a musculatura peniana;
  • Utiliza elementos naturais em sua composição para diminuir os níveis de ansiedade do homem e melhorar seu desempenho sexual.
Em geral, em questão de duas a quatro semanas, o homem já assume total controle sobre sua ejaculação.
Visto que os problemas causadores da ejaculação precoce são variados é necessário uma avaliação médica prévia para verificar se você pode utilizar o spray sublingual.
Além disso, a avaliação médica possibilitará compreender melhor o problema, além de associar o uso de remédios para ejaculação precoce com práticas saudáveis e mudança de estilo de vida.

EJACULAÇÃO PRECOCE TEM CURA!

Recupere o controle do seu desempenho sexual com um método natural e extremamente eficaz.
O tratamento com o uso do spray possibilita o fim da ejaculação precoce, do constrangimento e de todos os efeitos negativos relacionados, possibilitando plena satisfação para você e sua parceira.

Tratamento médico com Spray Sublingual®. 



Cuidado, seu celular pode acabar com a sua coluna cervical; aprenda se cuidar


Cuidado, seu celular pode acabar com a sua coluna cervical; aprenda se cuidar

Pescoço de texto, geração da cabeça baixa ou pescoço tecnológico…já ouviu falar?! O problema vem se tornando cada vez mais comum e preocupante em todo o mundo; entre jovens e adultos. E o negócio é sério: a Organização Mundial de Saúde já considera a síndrome epidêmica.
Você já parou para prestar atenção como a gente inclina a cabeça para frente quando está usando o celular? Na rua, existe uma legião de cabeças baixas. E é toda hora! Pesquisas recentes indicar que, atualmente, as pessoas consultam seus dispositivos móveis até 150 vezes por dia - o que consumiria quatro horas do dia assim: com o pescoço torto para baixo. Quatro horas por dia? Faça as contas, são 120 horas por mês…mais de 1400 horas por ano de estresse contínuo sobre a coluna.
O número de queixas em todo o mundo é cada vez maior; por isso, ortopedistas, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde têm alertado sobre o problema de postura causado por esse uso excessivo do smartphone.
A má postura pode levar a um desgaste da coluna vertebral, sobrecarregando as vértebras cervicais. Mais do que isso, a tensão muscular pode causar a compressão de nervos e até hérnias de disco. O primeiro sintoma é sempre a dor; na região superior das costas e no pescoço. Em crianças e jovens ainda em fase de desenvolvimento ósseo, a postura errada do pescoço pode comprometer até o crescimento…
Um estudo do Centro Médico de Cirurgia Espinhal e Reabilitação de Nova York mostrou que a postura ideal é definida pelo alinhamento das orelhas com os ombros. Mas ao usar o celular com a cabeça baixa, a maioria das pessoas ainda projeta os ombros para frente. Se a gente levar em conta que a cabeça de um adulto pesa entre cinco e oito quilos, à medida que a cabeça dobra para frente e para baixo, a pressão sobre a coluna cervical aumenta. Segundo esse mesmo estudo do instituto americano, se o ângulo de curvatura do pescoço ficar em 15 graus, por exemplo, a carga sobre a coluna será de aproximadamente 12 quilos. Aos 60 graus de inclinação, o peso já chega a quase 30 quilos!
Algumas dicas podem garantir uma postura um pouquinho melhor e menos agressiva para o seu pescoço como, por exemplo, olhar para baixo apenas com os olhos, sem dobrar tanto o pescoço; controlar o tempo de uso do celular também é uma boa…
Com 16 anos de idade, o Vitor confessa que passa praticamente o dia inteiro entre o computador e o smartphone. Ele não liga muito para a posição do pescoço; pelo menos ainda. Apesar de nunca ter sentido dor, por histórico familiar de sucessivos problemas na coluna, ele já se previne e faz sessões de fisioterapia todas as semanas para acertar a postura.
Se você se preocupa com seu pescoço e sua postura, exercícios de alongamento podem ser úteis. É fácil, basta movimentar a cabeça para cima e para baixo e da esquerda para a direita - repita o movimento pelo menos 10 vezes seguidas. Tente encostar o queixo no tórax para alongar. Agora se você já estiver com qualquer sinal de pescoço tecnológico, procure o quanto antes um profissional.

Por que a educação virou um negócio


Coluna "Pinceladas Educacionais"
Por que a educação virou um negócio
João Malheiro
É com tristeza que recebemos, cada vez com maior frequência, a notícia do encerramento de mais um colégio, dito tradicional, nas principais capitais do país. Nos últimos anos, várias instituições de ensino, sofrendo economicamente com a diminuição da demanda, são forçadas a fechar suas portas, quase sempre após uma longa agonia.
Motivos para isto não faltam: perda da qualidade do ensino devido ao inevitável envelhecimento e saída de seus diretores, coordenadores e professores fundadores, em geral idealistas e de melhor qualidade; descuido na seleção e formação de novos professores, por motivos econômicos ou filosóficos; desorientação na missão da escola, deixando de lado o foco em seus princípios educacionais; visão distorcida por parte das famílias acerca do papel da escola na formação dos filhos; pressões materialistas destruindo os verdadeiros valores humanos; taxas de natalidade muito baixas; concorrência de outras instituições; e – sem pretensão de esgotar os motivos –, falta de atualização curricular, pedagógica e de avaliação.
Como educador, porém, confesso que sinto muito mais desgosto e autêntica indignação quando observo organizações educativas, muitas delas com “aura de santidade”, ser impregnadas por finalidades apenas mercantilistas ou, o que é ainda mais lamentável, ser envenenadas por ideologias que, comprovadamente, seduzem para o mal ou deformam as consciências. Mas, perguntemo-nos: quem tem a culpa dessas deformações: a escola ou as famílias?
A resposta mais correta me parece ser: nenhuma das duas, e sim o mau uso da liberdade individual de cada pessoa que constitui cada escola e cada família. O homem, ao examinar as próprias tendências e inclinações interiores, encontra algumas forças que o conduzem à plenitude do seu ser e outras que o desviam. O mesmo ocorre com os valores que encontra no ambiente em que vive. Muitas vezes, sentirá dúvidas sobre se determinada atitude o conduzirá a essa realização. Em outras, perceberá claramente, através da própria frustração ou remorso, que errou. Em ambas as situações, portanto, deverá buscar honestamente a verdade em fontes seguras e sentir-se responsável por formar corretamente a própria consciência. Quando se omite deste grave dever, além de estar se desviando do caminho que o levará à felicidade, estará influindo nas decisões de outros que virão atrás.
Na maioria das vezes, as pessoas mais velhas não são conscientes de que alimentam comportamentos éticos (ou antiéticos) dos mais novos. O “modus vivendi” de um pai, professor, chefe é o que formará ou deformará a consciência dos seus pupilos e subordinados. A pessoa individual sempre se alimenta do ethos herdado (moralidade tradicional), e por sua vez o ethos cresce pela qualidade moral desenvolvida em cada individuo. É por isso que a comunidade de indivíduos é co-responsável pela manutenção do seu ethos, pela sua queda ou pelo seu crescimento. Esta corresponsabilidade parte da moral do indivíduo, que influencia a da família, e em seguida a dos grupos sociais mais afastados: escola e local de trabalho, até alcançar a cultura como um todo. Se visualizarmos este processo como uma dinâmica circular, deduziremos que pode ser um movimento circular ascendente – quando todos individualmente estão buscando honestamente a verdade, enriquecendo o ethos – como também descendente – quando todos, por ignorância ou por malícia, a desprezam.
Sou da opinião de que aquilo que provoca o “terremoto educacional” de nossas escolas é um autêntico movimento circular descendente do ethos em que vivemos. Se fizermos um rastreamento histórico, como já foi feito pelo filósofo MacIntyre em sua obra After Virtue (Depois da Virtude), detectaremos que em poucos momentos da história se chegou a tanta desordem moral. Segundo o autor, a sociedade, ao desprezar a busca pela verdade, acreditando que é impossível recorrer a razões objetivas para justificar princípios éticos universais, caiu no emotivismo, que é instituir o reinado do irracional, do material, do hedonismo.
A educação tornou-se, consequentemente, um espaço não tanto para desenvolver as potencialidades racionais, volitivas e afetivas, que facilitem o pleno desenvolvimento do ser humano, com o fomento de seus valores naturais e aprendizado das virtudes éticas, mas um meio para galgar patamares sociais cada vez mais altos e lucrativos. Pressionados por esta mentira, numa verdadeira espiral para baixo, pais, professores e alunos começaram a buscar nos centros de ensino somente aquilo que lhes proporcionasse esses objetivos: apenas uma boa formação acadêmica, que lhes desse uma oportunidade de trabalho interessante para depois poder alcançar o máximo prazer possível com o mínimo esforço. A formação do ser humano foi suplantada pela formação do “ter” e pelo mostrar que se tem. A felicidade ansiada foi também substituída pela depressão, vazio existencial e egoísmo solitário.
Obviamente, dentro dos próprios mecanismos de mercado, as escolas que possuíam a missão de formar integralmente a pessoa humana começaram a ser desprestigiadas. Por outro lado, as que começavam a dar bons “retornos econômicos” eram reconhecidas como as melhores. Os donos de escola, envolvidos e arrastados também nessa corrente circular cobiçosa, aos poucos foram esquecendo o papel do verdadeiro educador e se deixaram seduzir pelo negócio que dá mais dinheiro. Sua missão foi desfigurada. Sua responsabilidade por tornar o ethos atual negativo também cresceu.
Agora, a pergunta que os leitores devem estar se fazendo é a seguinte: é possível transformar a escola num bom negócio, e ao mesmo tempo cumprir sua missão? A resposta dependerá, como dizíamos anteriormente, de cada cidadão sentir-se corresponsável pelo bem comum. Para isto, acredito que nós educadores, e todos os transformadores sociais que também influem muito diretamente no nível alto do ethos social, têm um papel dobrado de contribuir para que o movimento circular deixe de ser descendente e volte a ascender, pois somos nós que semeamos bondade, beleza, verdade e liberdade em todos os que nos escutam.

FONTE;
http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo878.shtml

educação e dinheiro


João Malheiro é doutor em Educação pela UFRJ e diretor do Centro Cultural e Universitário de Botafogo - www.ccub.org.br. É autor do livro "A Alma da Escola do Século XXI", palestrante sobre o tema da educação e mantém o blog Escola de Sagres (escoladesagres.org). Pesquisador do Grupo de Estudo sobre Ética na Educação da UFRJ
Publicado no Portal da Família em 18/01/2011